ANA INVERSOS

ANA INVERSOS

Raymundo Cortizo Perez

Antes de tudo,

num poema de amor há duas vidas unidas.

Num poema de amor tantas coisas se fala,

e outras são esquecidas.

Ele não nasce para ser apenas mais um poema,

ele nasce porque o amor o germinou,

cresce com a ternura, floresce com o carinho

e dá saborosos frutos inesquecíveis.

Um poema de amor quando nasce

é preciso ser escrito

e o seu coração é a página mais bela

que posso escrevê-lo.

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Somos poemas que o céu prometeu,

estrelas em versos,

luas que rimam,

sol que brilha na métrica,

calor, frio e vento

que alimentam a inspiração do tempo,

no infinito do verso no universo

que nos completam

daquilo que somos escritos,

Deus escreveu,

bênçãos do amor

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Minha amada,

somos sementes semeadas em terra fértil,

o tempo há de ser sempre bom e romper o chão

do sonho adormecido no coração.

A semente se germinará e se tornará

uma robusta árvore que florescerá

lindas flores para ti e perfumará a tua alma

também florida de ternura.

Tudo se transforma e toma forma

e nessa metamorfose da vida,

há momentos incandescentes que se tornam

raros, únicos e eternos:

 quando olhou-me e sorriu para mim,

minha alma cantou canções 

até então desconhecidas,

as pedras se tornaram flores

e as flores deram vida,

e a vida, amor...

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Falam mal do amor e criticam os que amam,

estabelecem regras, colocam obstáculos,

e coisas ainda piores,

o amor só obedece uma lei,

a lei da afinidade,

é quando uma alma precisa da outra

para que se completem como criação divina.

Em meus solenes versos cravo o meu protesto,

e deixo sacramentado e jurado:

o amor existe, amo o amor, amo e amo

e não conheço outra forma de amar

que não seja amar...

mas por amor, muitas vezes verto em versos

minhas lágrimas para ti.