RECADOS PARA A VIDA
MINIPOEMAS
Raymundo Cortizo Perez
Tudo espera o seu tempo:
As estações do ano se condicionam nele
e tudo o mais também:
primavera, verão, outono, inverno;
uma não chega antes da outra.
A semente plantada germina,
nasce, cresce e dá sombras, frutos e sementes.
O dia obedece criteriosamente o ciclo do tempo,
os dias da semana se sucedem,
os meses também,
a terra gira,
o sol nasce e depois se põe,
e a noite e o seu luar obedecem.
Tudo o que há na terra e fora dela,
obedece o ciclo do tempo.
Só tu não sabes esperar o tempo certo?
Com certeza não sabes viver.
Viver é único.
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Minha terra já não tem mais palmeiras,
tem palácios e ministérios,
o sabiá já não canta,
os urubus pousam lá.
Tem presidente, deputados e senadores
e outros doutores,
o sabiá já não canta,
os urubus pousam lá.
Não tem mais estrelas, nem flores,
não tem vida e nem amores,
só tem ladrões
escolhidos pelo povo,
os urubus pousam lá.
Minha terra já não tem mais palmeiras,
é terra de ninguém,
embora existam muitas leis,
elas não são a mesma lei para todos.
Minha terra é uma miragem
onde os urubus pousam.
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Amas como a chuva fina que cai
silenciosamente sem se fazer notar,
mas que é capaz de transbordar rios.
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Sim, ela é estrela
e com o brilho do seu olhar,
ela esparrama ternura, como quem
distribui flores,
sim, flores lindas e perfumadas
ela distribui com o seu olhar.
Uma grande ternura o seu olhar tem,
uma linda e infinita ternura
que brilha no seu olhar que brilha o brilho
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