RECADOS PARA A VIDA - 2
MINIPOEMAS
Raymundo Cortizo Perez
Quero ser o outro,
o seu amante,
nada mais que isso,
livre e fugaz
como um pássaro
que canta e depois voa.
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Chove uma chuva miúda e gelada.
Os pensamentos voam como pássaros
no crepúsculo azul violeta.
Os pássaros possuem as chaves do regresso.
Pergunto à chuva se são possíveis os regressos, antes da dor?
Ou se só os pássaros podem regressar?
Só os pássaros podem regressar
no crepúsculo azul ao anoitecer.
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Bendito é o homem
que sonha
e cuja esperança é o amor.
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Nada é mais lindo
quando ao falar
pousa o teu olhar sorrindo
sobre mim
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Só eu posso encontrar
no monumento do seu corpo,
o que o seu corpo precisa encontrar.
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Tantas eu beijei,
por muitas fui beijado,
nenhuma outra me beijou,
como tu, num beijo apaixonado.
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A poesia
tem-me em desvantagem.
Não consigo descrevê-la
enquanto ela,
fala tudo sobre em mim,
como vento de voragem.
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Se tu não vês que diferença faz?
O essencial só é essencial quando é visível
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Da alva ao sol-pôr,
de lua a lua,
sempre quero o seu amor,
porém, nua.
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Tudo aconteceu, passou e repassou,
nada mudou, é a mesma lama e trama,
o cansaço, o impossível.
Ilusão sem sonhos, esperança sem asas,
o medo engravidou-se,
a mente mente, o coração nada sente,
a alma nada teme.
A incerteza é um relógio que vigia o tempo todo.
Nada presta, tudo o que resta
é esperar que a gravidez do tempo
não aborte o sonho de um povo honesto,
honesto em exigir para existir
uma Pátria livre
de homens que não vivam só para si.
Que não falte inspiração para o verso que protesta
arrebentando ideologias acorrentadas
na desgraça do povo.
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O perdão é capaz
de dormir todas as noites
com a alma em paz.
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A dor mais doída,
é a dor da partida
de quem vai embora
e não se pode ver mais.
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A leitura te deixa mais inteligente
e menos ignorante.
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Paciência é o ponto de equilíbrio
onde o amor se une com a sabedoria.
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O amor é guia e bênçãos
na vida daqueles que amam;
porém, o fim dos indiferentes
é a má sorte, a dor e a morte.
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* É uma obra de ficção poética, portanto, não é destinada especificamente para nenhuma pessoa.
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* É uma obra de ficção poética, portanto, não é destinada especificamente para nenhuma pessoa.
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