RECADOS PARA A VIDA
Raymundo Cortizo Perez
Sai dessa muzamba que é fria.
Que muzambaria é essa?
Poeta, não deves escrever assim!
Então escrevo:
Só abra a porta do teu coração
para o coração que abrir a porta para o teu.
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A fome está nas ruas
desde as primeiras horas da manhã.
Nossas mãos pedem misericórdia,
não empunham armas,
não troam a fuzilaria,
mas orações de nossos lábios.
A poesia é fuzilaria e nossos olhos
empunham punhais de justiça.
A fome está nas ruas
desde as primeira horas da manhã:
nas perguntas dos órfãos, no choro das viúvas,
nas falas dos pedintes,
no desespero dos desempregados,
nas corrupções e nos desmandos dos governos.
A fome está nas ruas
desde as primeiras horas da manhã,
está em cada face, em cada lar,
na brisa e o ar, no campo, na cidade e no mar.
A fome está nas ruas
desde as primeiras horas da manhã,
fome não é só o que não ter o que comer,
é fome de tudo o que assegura os direitos dos cidadãos,
porque voto e eleição é uma piada um tanto quanto perigosa.
A fome está nas ruas:
Acessível aos covardes!
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Muito embora,
ela não fosse exuberantemente linda,
maravilhosamente bela,
confesso que não me apaixonei pela sua beleza.
Aos poucos fui a conhecendo,
e isso me ensinou o que é o amor.
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O amor,
essência divina da alma,
e glória suprema da vida,
para viver e ser feliz
precisa de um amor.
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