POEMAS HOMOERÓTICOS

POEMAS HOMOERÓTICOS

Raymundo Cortizo Perez

Ela é exímia exibicionista

fica excitada e excita meninos e meninas.

No seu prédio,

todos os dias na sacada,

totalmente nua dourada cor de mel,

ela toma banho de sol exposta como uma flor.

Os voyeuristas aplaudem de pé em riste,

já as meninas todas molhadinhas, lambem os dedos.

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Quando abriu a janela para o sol

e para o ar do sexo a asfixia acabou,

saiu do armário e tudo mudou,

sua vida transformou 

e os acontecimentos também:

De menina pacata se tornou artista famosa,

cantora de sucesso.

De tudo que em sua vida mudou,

só uma coisa não mudou:

Todos os dias dorme e acorda lésbica,

inteiramente feliz e realizada.

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Ela encanta e é cheia de graça,

não usa drogas,

mas engole uma cachaça,

e foi assim...

Entre festa e festança

realizou a esperança

no dia da formatura em que colou grau,

caiu na dança

e colou velcro.

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Ela é lésbica que parece hétero,

e gosta disso,

ela restringe a sua lesbiandade ao que faz na cama.

Não é o estereotipo da lésbica feia e masculinizada.

Ela é feminina, perfeitamente feminina,

apenas curte curtir outra mina.

Jamais em suas mãos um falo rijo em riste,

ou o cheiro da seiva do sêmen em visco.

Só o mel das grutas lisas e peludas,

o roçar das cochas em sincronia sinfônica,

e o inconfundível e incontrolável 

beijo que deixa as minas piradas.

Para ela, viver em um mundo revés,

onde para muitos tem mais valor

os adjetivos que os verbos,

ela é verbo puro, puro verbo, ela é o verbo amar,

despe o corpo e também a alma.

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Ela é bi

pede kiss

e bis.

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Língua por língua,

língua com língua,

ela prefere a caricia

da malícia

da língua feminina.

Em sua toca

a felina

troca

falo por língua e dedos,

dedos não brocham,

desabrocham

segredos.

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Ela tinha catorze anos.

Decidiu não completar os quinze.

Jogou fora o sutiã, o batom,

o rímel, os esmaltes...

Foi brincar com os moleques,

jogar bola na rua,

chamava as minas de tesão

e passava a mão na bunda da molecada.

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Ela é loira e é linda,

campeia cavalgando o seu cavalo,

manejando a lida com incrível habilidade.

No seu estilo mais parece um macho,

e de tão macho que parece ser,

até na cama é - prefere uma mulher.

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Eram um casal moderno

e felizes como poucos...

Um era o encaixe do outro,

mas tinha explicação:

Ela, tinha a sua namorada,

e ele, o seu namorado.

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Já mocinho aos quinze anos,

ele se dizia uma menina,

queria ser uma louca,

mas quem ficava louca era a sua mãe.

Queria usar sutiã,

mas não foi possível.

Queria ser tudo o que era de direito

de uma menina ser e ter,

mas o que tinha era uns tapas dos irmãos

e dos moleques da rua.

Mas na noite enquanto os lobos uivam para a lua,

escondido

ele se transforma em Crhisthiane

e usa a calcinha preta da irmã.

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Na moral,

preferia ficar no quarto dos fundos.

Avisa a namorada que não pode vê-la,

que está cheio de serviço e cansado.

Logo depois

veste a sua lingerie preferida

e vai ver filme pornô.

Geme e uiva em espasmos

pensando ser

a loira do filme que o negão traga.

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Aquele menino, filho de pai e mãe evangélicos,

sabia mais do Kama Sutra do que da Bíblia.

Mas ninguém sabia e nem desconfiava

que o seu fetiche era cheirar a cueca

do vizinho e se imaginar a amante dele.

Vivia no armário escondido atrás da barba,

até que um dia, sua prima viu,

uma mensagem sua:

Miga

 sonhei que fui sequestrado

pelo tráfico de sexo.

Estava em Roma  numa sauna 

cercado de boa pintas de sungas recheadas

(fiquei mei assim...)

quando pensava naqueles nervos enervados.

Pensando bem, miga,

acho que não queria voltar,

acho que queria ficar.

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