(Musée du Louvre)
EM PARIS?
Raymundo Cortizo Perez
O que eu fazia em Paris?
Vivia pensando em escrever poemas para ti
e não conseguia. Eu me masturbava.
Passeava pelo Senna, Louvre, Heiffel,
Notre Dame, Champs Elysées, livrarias
e meios literários. Conversava com os boêmios
de Montmarte ao norte da cidade no alto de uma colina,
tem contrastes bem interessantes...
Me divertia com as prostituas da Moulin Rouge,
e achava aquilo de péssimo gosto, mas eu ia...
Lá, com muito custo fiz amizade com uma,
a Louise - uma francesa de araque
e que tinha sotaque brasileiro,
mas negava a sua origem com a maior
cara de safada, e sempre que me via
ia falando: Bonna nuit, mon amour,
j'attendais que tu t'amauser . E eu respondia-lhe:
je viens de voir les seins, les jambes
et les culs et les clows qui paient pour des fous.
Intrigado, um dia arrisquei e pedi que ela
falasse Vasco, sem pestanejar, ela respondeu:
Vaixco. Ri que ri, ela riu também e quis se
passar por tonta, mas não foi longe,
porque perguntei: de que lugar do Rio de Janeiro
ela era, pois a pronúncia, Vaixco, só pode ser
de um verdadeiro carioca e de ninguém mais...
Vasco, em francês, é Vésco,
no carioquês, Vasco, é vaixco.
Depois disse que era do Baixo Ipanema,
com certeza não era, era de outro lugar.
Em Paris, em um hotel barato e fast fod
uma vez por dia e mil fotografias,
entendi que a saudade não mata,
mas que pode matar,
que o poeta morre de medo da triste dor,
sem que ela nunca chegue.
Tudo vale a pena se não te tira a paz
e a alegria aumenta e que o amor
é algo real, ele existe e existe para sempre.
Que o poeta não mente e nem é um fingidor,
mas confundir dor com amor, é demais...
isso é coisa de tolo, não de poeta.
O Moinho Vermelho ficou em meu coração, ele é pop.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário: