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terça-feira, 2 de junho de 2020

TERRA DE CABOCLO

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TERRA DE CABOCLO
homenagem aos pioneiros da terra
Raymundo Cortizo Perez

Na minha terra
Os caminhos são tortuosos e tristes,

Como o destino errante,
Companheiro se te ardes em sede,
Ou se acaso, a noite te alcançou:
Bate sem susto no primeiro pouso:
Terás água fresca para saciar a tua sede,
Cama com lençol estendido
Para o teu sono.

Na minha terra
O caboclo é leal e valente:
Jura que vai matar e mata!
Jura que morre por alguém - e morre!

Minha terra
Tem pequenos córregos com só destino:
O rio Mogi Guaçu,
ou na vida que tem mil destinos
Do teu caboclo aventureiro e nômade!

Ah... eu sou da terra que brota o amor...
- intruso eu sou!
Que fui surpreender a puberdade desses brasis...

Ah... meu pedaço de chão,
Minha vida - meu coração...
Tudo isso cabe na palma de minha mão.

Eu sou da terra onde o homem semi nu
Planta de sol a sol
A cana para abastecer o Brasil.

Eu nasci e cresci entre caboclos belicosos e ágeis!
Filhos da gleba, fruto em sazão ao sol dos trópicos.

Eu sou o índice do meu povo:
Se o homem é bom - eu o respeito,
Se gosta de mim - morro por ele.
Se porque é forte ou porque tem dinheiro,
E julga-se poderoso
Querendo humilhar-me!
Ai minha terra e meu povo...
Eu viveria o teu drama selvagem
Com meu facão em punho,
Eu vingaria a raça
E te acordaria ao tropel do meu cavalo errante,
Como antes,
Te acordava ao choro da minha viola.

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