AINDA SOU TEU E O MESMO
Raymundo Cortizo Perez
apesar de tudo
Ainda sou teu e o mesmo:
Livre, poeta e teu confidente,
Filho eterno da rebeldia
Que me sa(n)grou a poesia.
Jaboticabal,
Minha, eternamente!
Sim!...
Ainda sou teu e o mesmo,
De tudo o que vibra,
De tudo que é puro,
De tudo o que é certo,
Impuro,
Incerto.
Os canaviais com as folhas verdes
(Ondas verdes)
Arrojados e esguios sobre o azul...
É assim
A Jaboticabal do desdém....
Nascendo dos abraços dos canaviais.
A Jaboticabal do sol bom
Mordendo o chão das plantações
Das chuvas acariciando a vida
Sim!...
Ainda sou teu e o mesmo,
Aquele que transborda de amor,
Aquele que transborda de dor
Pelos necessitados de toda sorte,
Suados e confusos,
Cheios de fome,
Pelos meninos de barrigas inchadas,
Olhos famintos,
Sem dores e sem alegrias,
De peitos nus,
Pés no chão,
Desdentados,
Rotos, sujos,
corpos trêmulos.
Raça dos deserdados
Escreve corretamente
O tronco destes dias e senzalas...
E é por si e é por todos e por tudo
Uma longa história inconsequente...
Minha terra!...
Minha eternamente!...
Num pacto de dor
Dos oprimidos
Da gente sofrida
Das crianças descalças e de peito nu
Dos redimidos na fome
Dos trabalhadores rotos e sujos
Dos mendigos
O desespero sufocado
Dos homens cultos
Que estas esquinas conheceram.
O tempo aqui parou.
Por estas ruas podem-se ver às noites
Antigos vultos errantes
À cata de seus sonhos sob as pedras
Que viram-nos nascer e os recolheram.
Aqui pararam todos os relógios
Num pacto magoado de silêncio e dor!
Agora, ouve-se apenas os poetas
E loucos plantadores de arrebol
O resto confundiu-se na distância sob o pó.
Aqui pararam todos os relógios.
Aqui calaram todos os relógios.
Agora, sobre bússolas perdidas,
Apenas mãos heroicas mostram
Cidade da Música, Cidade das Rosas,
Atenas Paulista...
De colos que balançam
Embalando mansamente o ninar...
Terra minha
Ainda sou teu e o mesmo
Ainda sou o que num canto novo,
Puro e livre,
Sem pedir licença,
Me levanto
E canto
E aceno para o teu povo.
Livre, poeta e teu confidente,
Filho eterno da rebeldia
Que me sa(n)grou a poesia.
Jaboticabal,
Minha, eternamente!
Sim!...
Ainda sou teu e o mesmo,
De tudo o que vibra,
De tudo que é puro,
De tudo o que é certo,
Impuro,
Incerto.
Os canaviais com as folhas verdes
(Ondas verdes)
Arrojados e esguios sobre o azul...
É assim
A Jaboticabal do desdém....
Nascendo dos abraços dos canaviais.
A Jaboticabal do sol bom
Mordendo o chão das plantações
Das chuvas acariciando a vida
Sim!...
Ainda sou teu e o mesmo,
Aquele que transborda de amor,
Aquele que transborda de dor
Pelos necessitados de toda sorte,
Suados e confusos,
Cheios de fome,
Pelos meninos de barrigas inchadas,
Olhos famintos,
Sem dores e sem alegrias,
De peitos nus,
Pés no chão,
Desdentados,
Rotos, sujos,
corpos trêmulos.
Raça dos deserdados
Escreve corretamente
O tronco destes dias e senzalas...
E é por si e é por todos e por tudo
Uma longa história inconsequente...
Minha terra!...
Minha eternamente!...
Num pacto de dor
Dos oprimidos
Da gente sofrida
Das crianças descalças e de peito nu
Dos redimidos na fome
Dos trabalhadores rotos e sujos
Dos mendigos
O desespero sufocado
Dos homens cultos
Que estas esquinas conheceram.
O tempo aqui parou.
Por estas ruas podem-se ver às noites
Antigos vultos errantes
À cata de seus sonhos sob as pedras
Que viram-nos nascer e os recolheram.
Aqui pararam todos os relógios
Num pacto magoado de silêncio e dor!
Agora, ouve-se apenas os poetas
E loucos plantadores de arrebol
O resto confundiu-se na distância sob o pó.
Aqui pararam todos os relógios.
Aqui calaram todos os relógios.
Agora, sobre bússolas perdidas,
Apenas mãos heroicas mostram
Cidade da Música, Cidade das Rosas,
Atenas Paulista...
De colos que balançam
Embalando mansamente o ninar...
Terra minha
Ainda sou teu e o mesmo
Ainda sou o que num canto novo,
Puro e livre,
Sem pedir licença,
Me levanto
E canto
E aceno para o teu povo.
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