DELÍRIOS DE POEMAS

DELÍRIOS DE POEMAS
Raymundo Cortizo Perez

Música:
https://www.youtube.com/watch?v=w46bWxS9IjY


Disse o amante da amante:

- Contou noventa e nove histórias,

traiu-se na centésima que era a verdadeira.

Ela é lindamente linda, indeslindável.

Linda pela maneira como que pensa,

pela maneira de agir, ponderar e falar.

Linda porque é simples como as flores

que são lindas e não sabem que são.

Linda pelo brilho que tens no olhar

quando fala do que ama.

Ela é linda pela habilidade que tens 

em fazer outras pessoas a sorrir

quando estão tristes.

Não, não, ela não é linda por algo tão

temporal como a beleza da aparência,

embora nenhuma outra tenha a beleza

do seu rosto, olhar, boca, lábios, seios,

o corpo...

Ela, ela é linda no mais recôndito da alma,

alma florida e perfumada em sua essência

divina e encantada.

Sim, ela é bela e é linda, é um alicerce para

construir um lar.

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Há mais lua

do que sentimentos na poesia que te escrevi:

Há coisas tão lindas e tão puras

que a poesia não sabe descrever.

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A minha saudade como se fosse uma flor

vive em seu perfume.

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Em março o marco ficou ficou o marco do golpe,.

Bússola que faz que caminhemos em uma incerta

viagem...

Febre que cresce entre sete aços de sete ventres,

sete rosas dos ventos, sete lumes e sete mares,

sete igrejas apocalípticas, sete cavaleiros,

sete profecias,

sete ópio patriótico.

Mas a poesia como o ventre da terra conceberá o feto,

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O marinheiro nasce do mar,
o vento do ar,
como o pão nasce da farinha,
o poeta do sonhar,

se a vida não é vazia
nasce a poesia, escrita ou não.

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Tenho alguns poucos amigos
e outros tantos vícios.

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No meio 
                do Brasil
passa um poema
cortando o Brasil de ponta a ponta.

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A seriema em seu canto
longo e estridente,
faz a previsão do tempo:
tempestade de saudade.

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Nós de amor
amarrados
em nós.

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Não te tiro do sério.
Com jeito te tiro a roupa.
Despida, nua...
Te tiro o fôlego,
tiro o fogo.

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Entre a alegria e a dor,
está a germinação,
o intervalo
entre a semente e a flor.

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Árvores e amores
enquanto têm raízes
têm frutos e flores.

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O verso
faz o poeta
que o poeta faz

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O amor é um caminho,
o adeus é outro...

Ambos devem ser pensados.
Na vida nada é para sempre
e tudo é permitido.

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Um certo dia toda enfeitada
feito barraca de camelô,
ela comunicou o marido em caráter
irreversível,
o seu pedido de separação.
Ele não sabia se ria ou se chorava.
Chorou de tanto rir...

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No começo ele e ela se queriam,
mas antes do meio veio o fim,
sem histórias para contar.

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Um era fogo, o outro era pólvora.
Num beijo se consumiram,
eram eles, 
Romeu e Julieta.

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