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terça-feira, 19 de agosto de 2025

E ASSIM, ELA DISSE ADEUS

E ASSIM, ELA DISSE ADEUS
Texto/imagem Raymundo Cortizo Perez
Caminhando e caminhando, sempre caminhando, só por caminhar...
Não vim explicar ao mundo, só vim cantar.
Não quero julgar o homem, quero falar sobre o homem.
Minha condição é a vida, e meu caminho é cantar...
Cantar e contar sobre a vida é meu jeito de caminhar.
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É hora de caminhar sozinho, não sei por quanto tempo. Hoje, escolho me distanciar das redes sociais; sei que isso vai ajudar. Às vezes, a vida pede insistentemente que você pratique o desapego e, de alguma forma, te coloca nessa situação em que é só você e você mesmo.
Terei que fazer coisas que preencham minha alma... Me conhecer melhor e viver mais, focado onde tudo que gosto estão. Aproveitar o presente.
Talvez eu volte envolto nas roupas de outra personagem... Não sei. Desta vez, vou deixar a vida me surpreender...
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Há dias em que sinto que estou seguindo em frente...
e outros, como hoje, em que tudo parece ter parado.
E surge este pensamento: que nunca conseguirei te esquecer.
Que por mais que eu tente, por mais que eu me abrace,
você ainda está aqui dentro... como um espinho mal enterrado.
Tenho sido positiva, sim.
Tenho querido olhar para o futuro com dignidade.
Mas a tristeza é traiçoeira: ela me intoxica,
me arrasta para baixo, me perde na névoa.
E nessa névoa, seus gestos, suas palavras,
seus beijos, seus abraços...
tudo o que parecia eterno e acabou sendo emprestado, retorna.
É incompreensível para mim como você continuou com sua vida
como se nada tivesse acontecido...
como se eu nunca tivesse existido.
Você costumava me dizer: "Eu me importo com você."
E hoje você age como se essas palavras
fizessem parte de um roteiro repetido.
Você me disse: "Eu te amo mais",
e sem anunciar sua despedida,
disse a outra pessoa tudo o que me disse.
Com a mesma voz.
Com o mesmo olhar.
Com a mesma mentira.
Não consigo entender.
Não consigo entender como, depois de te abraçar
quando você estava quebrada,
você jogou tudo fora como quem descarta algo inútil.
E o que mais dói...
é que você ainda está procurando minhas palavras,
minha voz, minha energia...
quando, no fim, nada mais em mim te interessa.
E agora? Você diz a mesma coisa para ela?
Você jura que nunca sentiu nada parecido?
Você pede para ele confiar em você, enquanto já está procurando o próxima
para preencher seu vazio?
Seu amor não era seu.
Seu amor era um jogo.
E sim: um jogo perverso.
Suas ações são dolorosas.
Suas promessas queimam.
Seu jeito de amar destrói.
E você sopra as cinzas com a arrogância
de quem acredita que o dano não deixa marcas.
Mas eu te vi.
Eu te vi de verdade.
Eu te vi além da maquiagem emocional,
além do ego,
além das máscaras.
Eu vi a criança quebrada dentro de você,
aquela que não sabe se amar,
e, portanto, só sabe machucar.
E sabe de uma coisa?
As perguntas que deixei não são mais para você.
São para a vida.
Para o amor.
Para o absurdo que habita em alguém como eu —
inteiro, real, fiel, profundo —
acabar nas mãos de alguém
que nem conseguia se segurar.
Pessoas como você não deveriam se envolver
Porque elas não constroem: elas destroem.
Porque elas não amam: elas usam.
Porque elas não dizem "eu te amo" para abraçar,
mas para desarmar.
Mas esta, esta carta...
não é para você.
É para mim.
Para me lembrar que, mesmo que você tenha conseguido esquecer,
eu fui capaz de amar.
E isso, no final, me salva.
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Deixe a vida seguir seu curso, porque raiva, mágoa e desilusões te travam o caminhar, e é no caminho que encontramos lindas flores, e no final dele, vamos tê-las todas, mas tem uma só condição, não acumele, não junte e nem empilhe raiva, mágoa e desilusões, apenas caminhe...
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EU E VOCÊ
Texto/imagem
Raymundo Cortizo Perez
Sempre fui a companhia
dos momentos vazios,
nunca o motivo
da presença.
Fazia você rir quando estava triste,
mas quando estava feliz
não pensava em mim.
Eu era a pausa no tédio,
o alívio provisório,
a distração.
Dispensável e desnecessário
era o que você achava.
Agora, a chave girou
e em tudo, eu te falo não.


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