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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Brasília


BRASÍLIA

Brasília, tu não és uma canção do Caetano,
sim, uma casa que não é um lar,
sim, um esposa cansada de fingir.

Brasília, tu não és um poema do Chico Buarque,
sim, uma asa cortada, um coração deserto,
uma praia de asfalto,
sim, sem saídas de becos,
um corpo nu, dólar, amante, prostituição...

Brasília, tu não és um romance de Machado de Assis,
sim, não és um primeiro de maio;
onde está a garota que fugiu para não voltar?
Sim, tens um amanhecer constante
com lindos fúlgidos raios de sol.
Sim, há um zíper quebrado.
Sim, bares pegando fogo no cachimbo
por toda cidade:
Um pouco de Sodoma e outro pouco de Gomorra,
és tu Brasília,
mas hás de chegar ao alto e além.